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Liberais voltam ao poder no Japão em ano marcado pela crise econômica


Tóquio, 21 dez (EFE).- O conservador Partido Liberal-Democrata (PDL) reconquistou o poder no Japão em um ano marcado por uma economia fraca, a lenta recuperação após o acidente nuclear de Fukushima e uma disputa territorial com a China que colocou em perigo as relações entre os dois países.

As eleições gerais antecipadas realizadas em dezembro marcaram a queda do Partido Democrático (PD), do primeiro-ministro Yoshihiko Noda, e deram uma vitória arrasadora ao PLD, que com maioria absoluta retomou o poder, perdido no pleito de 2009.

A legenda, liderada atualmente pelo ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, comandou o país durante mais de meio século de forma quase ininterrupta e fincou as bases do modelo de crescimento do Japão. No entanto, o partido encara agora o desafio de lidar com uma economia estagnada que sentiu o impacto da crise global.

O ano começou para o Japão com o maior déficit em conta corrente de sua história, registrado em janeiro, e embora posteriormente a balança tenha voltado a ser positiva, os números foram afetados pela crise europeia e pela valorização do iene.

Estes dois fatores diminuíram a demanda interna e as exportações, os dois motores que fizeram do Japão uma potência econômica, e deixaram de novo o país sob a sombra da recessão.

A economia é o grande cavalo de batalha de Shinzo Abe, que já governou o Japão durante quase um ano, entre 2006 e 2007, e que afirmou que o primeiro-ministro Yoshihiko Noda deixou um país à beira do abismo.

Noda chegou a aprovar no meio do ano uma importante reforma tributária, largamente solicitada por organismos como o Fundo Monetário Internacional, com o objetivo de sanear as contas do país. A reforma significará a primeira alta do IVA no Japão em 15 anos, algo que fez com que Noda convocasse eleições antecipadas.

Outro fator que desacelerou o crescimento do Japão foi a milionária reconstrução após o devastador tsunami de 2011 e a interrupção de praticamente todos os reatores nucleares do país, depois do acidente em Fukushima provocar um debate sobre o uso deste tipo de energia.

Pela primeira vez em 42 anos, o arquipélago ficou sob blecaute nuclear total durante mais de um mês, entre maio e junho, até que a demanda elétrica obrigou o governo a reativar dois reatores do centro do país.

Essas duas unidades foram durante o restante do ano a única fonte de energia atômica de um Japão que discutia intensamente o uso deste recurso, que o governo Noda se comprometeu a eliminar até 2030.

A vitória de Abe em dezembro, no entanto, deixou em suspenso esse prazo, já que sua política energética pretende analisar num prazo de três anos qual será o destino das usinas nucleares do país, que antes do acidente de Fukushima forneciam quase um terço da eletricidade da nação.

Como se não bastasse, as empresas japonesas foram abaladas pelo conflito com a China, já que as trocas comerciais com o gigante asiático diminuíram nos últimos meses.

As relações entre os dois países esquentaram em setembro, quando o Japão adquiriu três ilhas do arquipélago das Senkaku/Diaoyu, sob controle japonês, mas também reivindicada por Pequim.

A nacionalização provocou críticas do governo chinês e uma onda de protestos, em alguns casos violentos, em várias cidades do país. As celebrações pelo 40º aniversário da normalização dos laços diplomáticos bilaterais dos dois países chegaram a ser canceladas.

O aumento da tensão foi acompanhado do envio de navios-patrulha chineses e japoneses às ilhas. No final do ano, um avião militar chinês sobrevoou a zona e levou Tóquio a responder com o envio de vários caças-bombardeiros à região.

O futuro das relações entre as duas nações está agora nas mãos de Shinzo Abe, para quem a soberania das ilhas "não é negociável", mas que reconheceu, ao mesmo tempo, a importância crucial da China para o Japão

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